sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O fim do mundo e o calendário barcarenense

Contrariando o calendário dos maias, o mundo não chegou ao fim. Isso significa que a previsão, não a dos maias, mas a dos barcarenenses, de que neste ano de 2012 chegaria ao fim, não o mundo, mas a oligarquia dos Cunha no nosso município, continua a valer. De acordo com o calendário barcarenense, no dia 1º de janeiro de 2013, salvo alguma surpresa de última hora, Antônio Carlos Vilaça deve assumir a Prefeitura, pondo fim ao meio século de desmando do grupo liderado ultimamente pelo herdeiro de Laurival Campos Cunha, o candidato derrotado no pleito de outubro, Laurival “Barba” Cunha. Motivo para comemorar? Não se sabe. Melhor colocar as nossas barbas de molho!

Corre a boca pequena, no meio político barcarenense, que o candidato de Vilaça a presidente da Câmara Municipal seria, ninguém mais ninguém menos, que o atrapalhado, desavergonhado e patético vereador Ary Santos, menino de recado do bandalho mor da Câmara, Luiz Leão, e puxa-saco declarado do incompetente prefeito em fim de mandato, João Carlos Dias, que, por sua vez, nunca passou de pelego dos Cunha. Santos, vereador equivocado que de santo só tem o sobrenome, é figura carimbada no meio corrupto da política municipal. Cúmplice e partícipe de toda a canalhice que rolou na Câmara nos últimos anos, Santos é colecionador de adjetivos múltiplos e variados, como aproveitador, servil, prevaricador, falso, desonesto, inepto, negligente, omisso, além dos já citados anteriormente. 

A se confirmar a presidência do parlamento municipal nas mãos de Ary Santos, adeus expectativa de mudança. Muda-se a folhinha, mas a bandalheira continua a mesma. Não quero acreditar que Vilaça esteja mesmo cedendo a pressões de oportunistas e se unindo gente da laia de Luiz Leão e Ary Santos. Até porque, como diz o ditado, aves de mesma plumagem se assentam no mesmo galho.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Finalmente, eis uma boa notícia!

Desde que foi fundado, em julho de 2010, o Jornal O CIDADÃO vem mostrando aos seus leitores o que acontece, de bom e de ruim, na política barcarenense. Infelizmente, de bom mesmo houve pouquíssimo o que publicar. Já de ruim, desde desvios de verba a outros múltiplos e variados desvios de conduta, houve um farto material, tanto no executivo quanto no legislativo, fatos que o Jornal, em sua missão de bem informar, noticiou amplamente, a ponto de provocar no incomodado vereador Luiz Leão, chefe da quadrilha de assaltantes do erário público instalada na Câmara Municipal, a afirmação de que, para O CIDADÃO, “não existe político bom em Barcarena”.

Não creio, ou pelo menos não quero crer, que não exista gente séria e honesta fazendo política em nosso município. Seria leviandade da minha parte afirmar que não haja exceção a essa regra de canalhice. Porém, o fato é que, no poder público barcarenense, a corrupção cresceu feito erva daninha, e nem mesmo as tantas e tantas denúncias publicadas neste Jornal foram suficientes para, ao menos, diminuir o resistente e desavergonhado matagal de roubalheira. Algumas vezes, um ou outro vereador ainda ameaçou chamar o Ministério Público, e coisa e tal, mas tudo nunca passou de jogo de cena, de bravata, ou de prevaricação.

No entanto, nem tudo está perdido. De tanto lerem matérias, publicadas neste Jornal, sobre a bandalheira que rola solta entre os nossos políticos, os promotores Antônio Lopes Maurício e Viviane Sobral Franco, mesmo não sendo chamados por nenhum vereador, resolveram agir, e enviaram ofício ao Tribunal de Contas dos Municípios, requerendo que seja providenciada uma tomada de contas especial, tanto da Prefeitura quanto da Câmara, para apurar as denúncias. Finalmente, eis que surge uma boa notícia!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A verdadeira intenção

Continua a rolar na Câmara Municipal a tentativa de criação do Instituto de Previdência de Barcarena, o IPB. A ideia, que surgiu recentemente, já no apagar das luzes da atual legislatura, tem dois ferrenhos defensores. Um deles, o vereador Luiz Leão, encrencado até a alma com o sumiço de verba daquela Casa, e que não vinha comparecendo às reuniões do parlamento, segundo se comenta, devido ao bombardeio de denúncias de corrupção deflagrado da tribuna pelos demais vereadores, ao que parece, finalmente criou coragem e compareceu ao trabalho, só para defender a criação do IPB.


Leão, que, inclusive, não tem moral sequer para falar no assunto, uma vez que vem descontando as contribuições previdenciárias dos funcionários da Câmara sem, no entanto, repassá-las ao INSS, o que constitui crime de apropriação indébita, com pena de 2 a 5 anos de reclusão, tentou alarmar a plateia presente à sessão plenária do último dia 4, afirmando que o prefeito eleito, Antônio Carlos Vilaça, não teria como governar, caso o IPB não fosse criado, já que a dívida do Município para com o INSS é tamanha que não tem como ser renegociada. Sem querer, Leão acabou revelando a verdadeira intenção da criação do Instituto, e foi logo desmoralizado pelo vereador Luis Tavares, que perguntou: “Quer dizer que o IPB vai ser criado só para resolver o problema da dívida que vocês fizeram?”. 

O outro grande defensor da criação do IPB é o vereador Ary Santos. Conhecido no parlamento como o bobo da corte, ou melhor, bobo da Câmara, por, entre outras coisas, ser constantemente ludibriado por Leão, Santos está apenas, mais uma vez, servindo de marionete. Segundo se comenta, Leão, mesmo completamente isolado politicamente, teria prometido a Santos a presidência do legislativo municipal. A ideia do IPB não tem encontrado guarida nos demais membros do parlamento, mas é bom os servidores municipais ficarem atentos, pois, no momento, estão correndo o risco de ficar é sem aposentadoria.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Nem assim!

Há quase dois anos, mais precisamente em 15 de fevereiro de 2011, o vereador Ary Santos afirmou, da tribuna da Câmara, que iria, no decorrer daquele ano, regulamentar o transporte público do município. Naturalmente, não acreditei na fala do parlamentar, afinal, se a Câmara tivesse boa vontade em resolver alguma coisa, o transporte já teria sido regulamentado há muito tempo. A propósito, a iniciativa de por ordem no caos do transporte público havia partido, não da Câmara de Vereadores ou da Prefeitura, como era de se esperar, mas da insatisfação popular, através de representação junto ao Ministério Público, movida, no ano anterior, por três entidades da sociedade civil organizada.

Queria estar errado, mas nem sob pressão a Câmara levou a sério o problema. Voltei ao assunto em outras ocasiões, cobrando do parlamentar a promessa não cumprida. Nem assim! A cada cobrança, ele, incumbido pela Câ­mara de tapear o MP e a população em geral, culpava o então secretário de Obras e Transporte, Renato Ogawa, enquanto aguardava que o assunto caísse no esquecimento. O fato é que, enquanto secretário e vereador ficaram esperando um pelo outro, tanto o Ministério Público quanto os demais membros do parlamento municipal fingiram que não era mais com eles, e a questão, até hoje, não saiu da estaca zero. A partir de janeiro teremos, também por força da insatisfação popular, um novo governo e uma Câmara renovada. Quem sabe as coisas começam a mudar! 

De qualquer forma, conforme já havia dito aqui nesta coluna, não pretendo tirar este assunto da pauta, e vou continuar cobrando, enquanto não houver uma solução para o problema. É inadmissível que uma cidade como a nossa, que tem, segundo o IBGE, em torno de cem mil habitantes, seja obrigada a conviver com um transporte tão deplorável, que só funciona, mal e porcamente, até as sete da noite.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Privilégio

As matérias-primas utilizadas nas indústrias de mineração instaladas em Barcarena não são extraídas aqui. Tanto o caulim, que vem de Ipixuna do Pará, quanto a bauxita, proveniente de Oriximiná e Paragominas, são beneficiados no nosso município devido à localização privilegiada do porto de Vila do Conde, que permite a atracação de navios com calado suficiente para transportar o produto final ao mercado externo. É esse privilégio que faz com que o nosso município seja um dos maiores em arrecadação do Estado. De privilégio em privilégio, Barcarena poderia ter uma economia ainda mais forte, isso se soubesse aproveitar a sua vocação, não apenas para a indústria, mas para o turismo e para a agricultura. No entanto, o poder público municipal nunca moveu uma palha sequer para nada. Se dependesse dos nossos mandatários, nem mesmo mineração haveria por aqui. Porém, como a esperança é a última que morre, quem sabe as coisas começam a mudar no próximo governo?

Já discorri algumas vezes sobre turismo e sobre agricultura nesta coluna. Por ser uma atividade onde predomina o setor terciário (que envolve o ramo de comércio e de serviços) o turismo contribui, e muito, com a geração de emprego e renda, sendo assim uma opção econômica das mais relevantes. Até porque, essa é uma atividade sustentável, que não agride a natureza. Entendo que o poder público pode e deve trabalhar em conjunto com a iniciativa privada, criando, por exemplo, uma espécie de escritório de consultoria. Para isso, seria necessário contratar uma equipe de arquitetos, engenheiros, financistas, etc.; gente que desenvolveria os mais diversos projetos, que ficariam à disposição dos empreendedores. Sobre agricultura, tem muita gente ganhado dinheiro com o cultivo de dendê em Tailândia, Tomé-Açu, Mojú... Barcarena tem basicamente o mesmo clima e solo. Vale frisar que o dendê pode ser plantado em pequenas propriedades, em áreas degradadas, através da agricultura familiar. Inclusive, existe financiamento para isso, com juros subsidiados.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A fruta podre do cesto

Antônio Carlos Vilaça, eleito que foi com maioria esmagadora de votos (vale ressaltar que a disputa se deu, diretamente, com Laurival Cunha, cacique do grupo político que, há décadas, desmandava na cidade), é considerado por boa parte da população barcarenense como aquele que vai, finalmente, ajustar a máquina pública, pondo fim à desordem política que, desde muito tempo, grassa no município, desordem essa a causadora das mazelas que nos aflige. Mais que um simples prefeito eleito, Vilaça hoje é “o cara”, quase um guru! Essa é a voz que veio das urnas, e que se escuta pelas esquinas da cidade. Dele, espera-se asfalto nas ruas, água nas torneiras, hospitais e escolas funcionando adequadamente, etc., etc., etc... Vilaça, empresário de sucesso, tem tudo para, em cada secretaria, cercar-se de pessoas sérias e competentes. Entretanto, nem só de secretaria vive uma prefeitura, e Vilaça terá também que, entre outras coisas, por fim à velhacaria que, incentivada pelo poder executivo, sempre rolou na Câmara Municipal. Terá coragem para isso?
 
Durante as eleições de outubro último, Luiz Leão, então candidato a vereador, após ver, estampada nas páginas de O CIDADÃO, pesquisa de intenção de votos que o colocava, disparado, como a maior rejeição entre os candidatos ao parlamento, como se diz na gíria, “ficou que não passava nem bluetooth”. Tal fato o fez intensificar a milionária compra de votos com dinheiro público que já vinha pondo em prática, e que o manteve na Câmara. Após o pleito, diretamente da tribuna do parlamento municipal, Leão, em tom de deboche, agradeceu ao Jornal por ter denunciado várias de suas falcatruas, dizendo que foi isso o que o fez crescer eleitoralmente. Assim, chamou de otário cada um dos seus eleitores. Agora, mesmo reduzido a líder de si mesmo na Câmara, Leão quer por que quer ser a fruta podre do cesto, dando então continuidade às velhas negociatas escusas de sempre. Cabe a Vilaça, imediatamente, tirá-lo de rota, se quiser fazer um governo pelo menos próximo à expectativa da população.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Mão leve!

Venho insistindo, aqui nesta coluna, num assunto que, embora pouca gente dê a devida importância, é fundamental que seja resolvido, para que o nosso município encontre, finalmente, o caminho do progresso e do bem-estar social. O assunto em questão, transparência nas contas públicas, costuma, por motivos indecentes, sórdidos e óbvios, ser posto de escanteio, tanto pelo executivo quanto pelo legislativo municipal, que cospem na Lei Complementar 131, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal, que manda disponibilizar, de forma transparente, em tempo real, a todo e qualquer cidadão, as contas do município. Zombam, assim, de uma população carente, sofrida, e que tem tido uma paciência de fazer inveja a Jó.

É certo que, no pleito de outubro último, o povo barcarenense se posicionou contra os desmandos que vinham, há décadas, sendo praticados pelo grupo político comandado por Laurival Magno Cunha. Isso, no entanto, é pouco. Passadas as eleições, políticos de várias cores partidárias continuam unidos em prol de maracutaias, como é o caso da criação do Instituto de Previdência de Barcarena (IPB), que tem como escusa finalidade ser usado como tapete para encobrir o fato de não se ter repassado ao INSS os valores já descontados dos servidores públicos municipais, como foi noticiado na edição 123 de O CIDADÃO, valores esses que, segundo o prefeito eleito, Antônio Carlos Vilaça, podem ultrapassar os cem milhões de reais. Isso mesmo, cem milhões de reais!

Enquanto a bandalheira rola solta, o vereador Ary Santos, presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal, ainda tem a petulância de pedir que O CIDADÃO modere nas palavras. Por falta de transparência, Barcarena acumula um prejuízo ainda maior que os cem milhões citados acima. Incalculavelmente maior! Se pudéssemos somar o dinheiro que deixou de chegar ao município, via convênios, por falta de prestação de contas, com a grana que foi desviada para o bolso de políticos pilantras...!  Será que o vereador quer que o Jornal chame ladrão de “mão leve”, ou safado de “traquina”?! Fala sério, vereador!

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Encontro com Fátima Bernardes

Não se sabe o que os vereadores Alziane Cunha, José Santos, Laura Amélia, Luis Tavares e Luiz Leão estavam fazendo na manhã da terça-feira, 30 de outubro último, dia de sessão ordinária na Câmara Municipal de Barcarena. O que se sabe é que no plenário daquela Casa, lugar onde deveriam se encontrar, lá não estavam. Pode ser que estivessem em um “Encontro com Fátima Bernardes”, ou então, quem sabe, discutindo o futuro do município, só que no Facebook, coisas da tecnologia! A sessão do dia 30, que, como tantas e tantas outras, foi transformada em especial por falta de quórum, também não contou com a presença de Paulo Alcântara Junior, que achou mais importante comparecer a uma reunião do seu partido, o PSDB, e de Lucia Nascimento, que mandou justificar a ausência por estar tratando de “problemas particulares”, esquecendo-se, como é comum em políticos gazeteiros, de especificar quais seriam esses “problemas”.

Por falar em problemas, Barcarena tem uma enormidade deles. Crônicos, gravíssimos, e que imploram soluções urgentes! Problemas, aliás, que deveriam ser debatidos pelos vereadores, que recebem altos salários para desempenhar essa função. Como insistem em não comparecer ao trabalho, ao invés de encontrar soluções, se transformam em mais um problema para o município.

Enquanto aceitarmos que a Câmara Municipal tenha apenas uma sessão ordinária por semana, e que, nessa única sessão, nossos representantes estejam sabe lá onde, degustando um chá de sumiço, nada vai mudar. A maioria dos faltosos citados acima nós já demitimos, nas últimas eleições, e o aviso prévio acaba no final de dezembro. Pelo visto, no entanto, isso não foi suficiente para que o restante tomasse chá de semancol. É bom, então, ficarmos atentos.

Esquecimento

O vereador José Santos afirmou, na sessão do último dia 23, da Câmara Municipal, que o prefeito João Carlos Dias é o responsável por toda sorte de bandalheira protagonizada pelo presidente da Casa, Luiz Leão, que mergulhou o parlamento num mar de lama. “Todo mundo sabe que quem elege o presidente da Câmara é o prefeito”, declarou da tribuna o vereador. Do alto dos seus cinco mandatos, Santos falou o que, como o próprio mencionou, todo mundo sabe. Porém, conteve-se em dizer que eles, vereadores, o próprio incluso, também são responsáveis. Deve ter sido por esquecimento, uma vez que a respeito do jogo de conveniência que grassa na Câmara, isso o parlamentar, como todo mundo, também sabe. Inclusive, sabe o porquê. Aliás, para o caso de ainda existir algum vereador “desatento ou desavisado”, trata-se de um porquê sórdido, que manda a decência às favas!

É natural, e legítimo, por parte de quem se elege ao executivo, cuidar de ter maioria no legislativo, e isso ocorre mundo afora, em todas as esferas, em qualquer sociedade democrática. Para tanto, usa-se o convencimento, ou a divisão de poder. Porém, como disse o escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues, “O dinheiro compra tudo. Até amor verdadeiro”. Assim, temos em Barcarena uma democracia rodrigueana, onde o que vale é o convencimento do vil metal. Por que dividir o poder, quando não se tem seriedade? Mais fácil dividir a grana, o jabaculê, a mufunfa!

Qual é mesmo o valor do repasse do executivo à Câmara? Qual é o gasto mensal daquela Casa? Quem tem que prestar conta de todo esse dinheiro? E quem tem que fiscalizar? Responsabilidade pelo que ocorre no legislativo barcarenense é do prefeito sim, mas não só dele. Antes disso, é também de cada vereador, a começar do presidente da Casa da Mãe Joana, por motivos óbvios. O vereador José Santos deveria ter se lembrado disso. Deveria ter se lembrado, inclusive, de fiscalizar.

Dias inúteis!

À surdina, assim como quem não quer nada, a Câmara de Deputados aprovou, na última quarta-feira, 17, resolução que torna oficial uma velhacaria que já vinha acontecendo na prática, desde sempre: a vadiagem dos nossos "nobres deputados federais" às segundas e sextas-feiras. Incluido às pressas na pauta, a proposta alterou o regimento interno daquela Casa, que previa a realização de sessões ordinárias durante os cinco dias úteis da semana. Segundo o presidente da Câmara, Marco Maia (PT), a medida é válida, visto que os deputados precisam consultar as bases, em seus estados de origem. A afirmação do deputado me levou a pensar sobre o que ocorre na Câmara de Vereadores de Barcarena. Por aqui, sessão ordinária só nas terças. Imagine se vereador tivesse que "consultar as bases" em outro estado!

Ocorre que, mesmo na terças-feiras, é raro acontecer votação do que quer que seja no parlamento barcarenense, uma vez que nossos "nobres vereadores" não gostam muito de comparecer ao trabalho, e quando comparecem, se dão ao desfrute de usar a tribuna unicamente para defender seus próprios interesses. Se oficialmente, para nossa Câmara Municipal, a semana tem apenas um dia útil, na prática, todos os dias são inúteis, sem qualquer serventia.

O povo barcarenense já deu o seu recado. Dos dez vereadores atuais, somente quatro conseguiram se reeleger. Sugiro então aos nossos futuros representantes que, às avessas, sigam o exemplo da Câmara Federal, e estabeleçam sessões ordinárias pelo menos às terças, quartas e quintas-feiras, no parlamento municipal. Estabeleçam, compareçam e trabalhem. Se isso ocorrer, a nossa cidade vai melhorar a olhos vistos. Assim, nas próximas eleições, certamente eles escapam do olho da rua!

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A paciência acabou!

Após décadas de desmando, finalmente as coisas começam a mudar em nossa cidade. Os Cunha, que estavam há meio século no comando do município, fizeram de tudo para evitar a derrota nas eleições do último dia 7, mas não adiantou. Foram enfim apeados do poder, e de forma esmagadora. Laurival Cunha, candidato pelo PMDB que até então se comportava como se fosse um grande senhor feudal, caiu do cavalo e se estabacou no chão. O Ramiro Bastos de Barcarena terminou a campanha com 34,97 % dos votos válidos, bem menos do que recebeu Antônio Carlos Vilaça, do PSC, prefeito eleito com 62,56 %. 

A renovação não se deu apenas no executivo. Dos dez vereadores que encerram mandato este ano, somente quatro se reelegeram. Permaneceram no cargo Luiz Leão, do PDT, Luis Tavares, do PSL, e Ary Santos e Lucia Nascimento, ambos do PMN. Vale ressaltar que, dos reeleitos, Leão, segundo o que se comenta na cidade, e afirmam, da tribuna, seus colegas de parlamento, esse, para conseguir chegar à reeleição, fez uma verdadeira farra com dinheiro público. Transformou-se, assim, num caso esdrúxulo, uma aberração, exceção que confirma a regra de que o povo quer mais seriedade na política. 

A partir de janeiro, a Câmara Municipal de Barcarena terá treze parlamentares. Além dos que conseguiram permanecer no cargo, tomarão posse Junior Ogawa (PR), Thiago Rodrigues (PSDB), Padre Carlos (PT), Iberê Miranda (PR), Paulo Alcântara (PSDB), Kokinha (PTN), Lauro Junior (PMDB), Rudilene Lima (PT do B), e Pastor Alves (PRB). Afora a reeleição de Luiz Leão, com o seu obsceno “financiamento público de campanha”, o fato é que o eleitor barcarenense está cada vez mais consciente, e exige mudança, tanto no executivo quanto no legislativo. Por ser assim, aos eleitos fica a responsabilidade de não frustrar a esperança popular por uma sociedade mais justa e moderna. A paciência acabou!

Barcarena somos todos nós!

É grande a quantidade de políticos envolvidos em casos de corrupção e malversação de dinheiro público. São tantos os escândalos, que chegamos a descrer que possa haver alguma decência na política. Se no Brasil inteiro é assim, em nosso município não é diferente. Políticos pilantras nós temos aos montes. É tão grande a bandalheira por aqui, que alguns políticos já não se preocupam sequer em esconder a sujeira embaixo do tapete. Um bom exemplo disso é o presidente da Câmara, vereador Luiz Leão, denunciado por todos os parlamentares presentes à sessão ordinária do dia 25 do mês passado, ao Ministério Público, por desvio de dinheiro do contribuinte. Maquiar uma prestação de contas? Esse nem sequer presta conta de nada.

É grande a patifaria no meio político, mas, ainda assim, não devemos descrer que possa haver política feita com decência. Na verdade, não devemos confundir política com politicagem, até porque, nós também temos nossa parcela de culpa, uma vez que os pilantras que nos roubam, foram, todos eles, eleitos, ou até mesmo reeleitos, por nós. Sem contar que nos privamos, ao longo do tempo, do direito de fiscalizar aqueles a quem demos nosso voto. Nem vou falar em voto de confiança, pois, do jeito que está, não dá mesmo pra confiar. O presidente da Câmara foi denunciado ao Ministério Público? Isso já devia ter acontecido antes. De qualquer forma, cabe agora, a cada um de nós, fiscalizar o MP, para que a denúncia seja devidamente apurada, e o caso não caia no esquecimento. 

Dia sete é dia de eleição. Dia não apenas de votar, mas de votar com consciência, pensando sempre no bem da coletividade. Se não estamos satisfeitos com aqueles que elegemos no passado, não devemos desacreditar na política, nem achar que essa bandalheira toda seja algo normal. Barcarena somos todos nós!

O Dia do Pé na Bunda!

O dia 1º de outubro foi instituído, através da Lei Federal 7.212/84, como o Dia do Vereador – uma justa homenagem a quem trabalha em prol de cada um dos municípios brasileiros. No entanto, pelo que se vê na Câmara barcarenense, melhor seria se a data escolhida para a homenagem fosse outro dia 1º, o de abril, uma vez que nossos parlamentares, ao invés de cumprirem com suas obrigações, preferem apenas fazer de conta que trabalham, isso quando comparecem à Casa de Leis.

Não é de hoje que os nossos representantes fazem corpo mole, e isso, a bem da verdade, acontece porque nós, eleitores, temos paciência de Jó. Somos, assim, também culpados pela pouca vergonha dos membros do parlamento. Agimos como o patrão que paga integralmente o salário do empregado relapso, ao invés de demiti-lo por justa causa. Aliás, pior, fazemos como o empresário que, após ser lesado durante longos quatro anos, renova contrato com o funcionário calhorda. Ora, se o indivíduo falta ao trabalho, e nas poucas vezes em que aparece passa o dia tratando dos próprios interesses, alguma consequência tem que ter. Se o patrão não toma providência, é lógico que o traste vai se acostumar. Mais que isso, ainda vai fazer pouco, e chamar o patrão de otário. 

O dia 7 de outubro está chegando, as eleições estão se aproximando. No que toca o executivo, segundo as pesquisas indicam, finalmente resolvemos, por ampla maioria, varrer os Cunha da política. Isso é muito positivo, pois indica que o eleitor barcarenense está mais exigente, e já não aceita desmandos. Entretanto, não basta mudar o executivo. Precisamos também meter o pé na bunda desses vereadores vagabundos que só querem saber do próprio salário. Renovar é preciso. Precisamos instituir o dia 7 de outubro como o Dia do Pé na Bunda. Ou metemos o pé na bunda desses pilantras, ou eles continuarão a meter a mão grande no nosso bolso.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A sombra é para poucos!

Nosso município apresenta uma infinidade de problemas sérios, muitos deles de difícil solução. Por ineficiência ou até mesmo por pura e simples negligência do poder público, fomos, ao longo do tempo, acumulando problemas, ou piorando os já existentes. Até mesmo coisas básicas como asfalto, rede d’água e de esgoto, etc., é artigo de luxo por aqui. Como se não bastasse, ainda temos que conviver com o desemprego, com a violência generalizada, entre muitas outras mazelas. São tantos os problemas, que alguns deles nos passam despercebidos. 

É ditado popular, que “o sol nasce para todos!”. Há quem diga, em tom de brincadeira, que “o sol nasce para todos, mas a sombra é para poucos”. No caso de Barcarena, literalmente, é isso o que acontece. Com exceção de Vila dos Cabanos, é muito sol e pouca sombra, numa cidade sem árvores. Vila dos Cabanos, por sinal, é um distrito arborizado única e exclusivamente devido ao projeto urbanístico desenvolvido pela Vale, na década de 80. Se fossemos depender do poder público... Sexta-feira, 21, foi o Dia da Árvore, e até onde se sabe, ninguém tocou no assunto. A propósito, o Partido Verde, que está atrás de voto, perdeu a oportunidade de sair às ruas e movimentar a cidade inteira em torno do tema. 

Arborizar uma cidade requer muito tempo, mas poucos recursos. Por isso mesmo, está mais do que na hora de cobrar do poder público uma solução para o calor escaldante, muitas vezes acima dos 35 graus, que, inclusive, é um dos motivos que faz o comércio fechar, do meio dia até as três da tarde, e que já fez nosso município ser notícia, das piores, do outro lado do País, no jornal O Estado de São Paulo (edição de 27 de novembro de 2011). Deixo aqui uma sugestão para o próximo prefeito: que tal envolver a rede pública de ensino num grande plantio de mudas? Assim, estaríamos também plantando em nossa juventude uma semente de amor à Barcarena!

O quarto grupo

Ultimamente, os atuais vereadores barcarenenses têm estado com a pulga atrás da orelha, preocupadíssimos com o crescimento da onda de renovação política que se alastra pela cidade, nestas eleições. A agitação dos parlamentares é tão grande, que até mesmo da tribuna, lugar onde os nobres colegas deveriam ocupar em busca de solução para os enormes problemas que assolam o município, é possível ver membros do parlamento choramingarem, contabilizando os prováveis votos perdidos.

O que os atuais membros da Câmara Municipal não percebem, ou não querem perceber, é que essa onda de renovação não é algo novo. Nas eleições de 2010, por exemplo, o eleitor barcarenense já havia dado sinal de descontentamento com a atual situação em que se encontra o município, reduzindo em quase a metade (de 13.010 para 7.575) os votos dados para a então candidata Ana Cunha, que por pouco não ficou de fora da Assembléia Legislativa do Estado. 

Com exceção do vereador Luiz Leão, que, mesmo metendo a mão, contumaz e desavergonhadamente, no dinheiro da população, e de um ou outro vereador que prefere não tomar partido, afirma não acreditar que o povo o rejeite, o tema divide a Câmara em três grupos distintos, cada um com uma desculpa furada. O primeiro grupo culpa o eleitor, que, unicamente pelo fato dos parlamentares ocuparem cargo público, os estaria rejeitando. O segundo grupo atribui a culpa ao prefeito João Carlos Dias, que não estaria atendendo aos requerimentos dos edis. O terceiro grupo culpa o Jornal O CIDADÃO, que estaria perseguindo os parlamentares. Faltou apenas a formação de um quarto grupo, que caísse na real, e percebesse que o eleitor barcarenense não está nem um pouco satisfeito com vereadores que descumprem a lei, que não votam prontamente os assuntos de interesse da população, que não fiscalizam o executivo, e que, quando não faltam ao trabalho, faltam com o decoro.

O expediente manjado do vereador


Tenho emitido, ao longo do tempo, opiniões sobre diversos assuntos referentes ao nosso município, de forma a contribuir para o debate tão necessário à solução dos tantos problemas, a maioria deles crônicos, que atingem a nossa população. Ao fazê-lo, desperto, muitas vezes, o furor do poder público, tanto por parte do executivo quanto do legislativo municipal. Essa, digamos assim, desavença, no entanto, não ocorre porque esse ou aquele político discorde ou não do que esteja escrito aqui, e sim devido à ojeriza que o poder público barcarenense tem a qualquer tipo de debate.

Salvo raríssimas exceções, os políticos do município tem crise de alergia, de urticária, quando ouvem a palavra debate. E nem poderia ser diferente. Debater dificulta negócios escusos, e resvala em telhados de vidro. Debater é próprio apenas de pessoas íntegras, sérias, que prestam conta do que fazem. O que impressiona é que, quando algum político é criticado, ou então denunciado, seja por quem for, não costumam rebater a crítica ou a denúncia. Preferem tentar, de forma leviana, denegrir a imagem de quem critica ou denuncia, no intuito deslavado de mudar o foco do assunto. Usam assim de uma técnica velha e manjada, usada por dez entre dez políticos pilantras desde o tempo do ronca.

Na sessão ordinária de terça-feira, 04, da Câmara de Vereadores, o presidente da Casa, Luiz Leão, disse em tom de ironia, que eu seria “uma boa pessoa”. Devo esclarecer ao parlamentar que, mesmo que eu não fosse uma boa pessoa, como ele insinua, ainda assim ele deveria, entre outras coisas, prestar contas da verba que chega mensalmente à Câmara, uma bolada que seus próprios colegas de parlamento afirmam, claramente e da tribuna, que ele rouba. Dinheirama que, certamente, faz falta em hospitais do município, por exemplo.

Recado aos políticos de Barcarena


Os Cunha estão há tanto tempo no poder, que se fossem administradores pelo menos razoáveis, Barcarena seria, certamente, um lugar bem melhor para se viver. Razões para isso não faltam. Município com localização privilegiadíssima, distante apenas 40 quilômetros de Belém em linha reta, o que, com as praias que temos, nos coloca como pólo turístico em potencial, é aqui também que está situado o maior porto do Norte do Brasil, fato que possibilitou o surgimento, na década de 80, da indústria de mineração que nos transformou na terceira maior arrecadação do Pará e no principal destino do investimento estrangeiro no Brasil. Mesmo assim, temos, ano após ano, que conviver com serviços públicos precários, desemprego, altos índices de criminalidade, etc.

De Laurival Campos Cunha, o pai, até Laurival Magno Cunha, o filho, foram 18 anos no comando da Prefeitura, sem contar os mandatos de prefeitos indicados pela família, entre eles o atual, João Carlos Dias, que foi apoiado por Laurivalzinho para sucedê-lo, e que afundou o município numa situação tão caótica, mas tão caótica, que agora dá margem até para que o mesmo Laurivalzinho, de novo candidato, tenha a má ideia de pregar uma volta ao passado, como se no passado Barcarena tivesse vivido num mar de rosas. É fato que João Carlos, péssimo pau-mandado que é, piorou ainda mais as coisas, mas dizer que antes era bom... Fala sério!

Laurival Cunha não administra bem sequer o serviço de balsa da empresa de navegação de sua propriedade, por sinal, uma concessão de transporte público que precisa ser revista, tal as péssimas condições em que é prestado. Já Antônio Carlos Vilaça, segundo muita gente diz, é um empresário de sucesso. Poderá vir a ser um bom prefeito? Se isso não é provável, no mínimo é possível. O que eu sei, mesmo, é que chegou a hora da mudança, pois ao dizermos não aos Cunha, estaremos mandando um recado a todos os políticos de Barcarena: o de que já não aceitamos mais o desmando que atualmente impera em nossa cidade.