Terça-feira,
12 de junho, é dia dos namorados – dia de trocar presentes, carícias e juras de
amor. No entanto, ninguém, em sã consciência, espera chegar a 12 de junho para
trocar presentes, carícias e juras de amor, sob pena de, no dia 12 de junho,
não ter com quem trocar presentes, carícias e juras de amor. O poeta de
Itabira, Carlos Drummond de Andrade, já dizia: “O Dia dos Namorados / para mim
é todo dia. / Não tenho dias marcados / para te amar noite e dia”.
Drummond é
conhecido como o poeta de Itabira, não apenas por ter nascido naquele município
do interior de Minas, mas por amar a cidade. Embora, após ter fixado residência
no Rio de Janeiro, poucas vezes Drummond tenha voltado à cidade em que nasceu, o
poeta sentia saudade, a ponto de terminar a poesia Confidência do Itabirano com
as seguintes frases: "Itabira é apenas um retrato na parede. Mas como dói!“.
A
cidade onde a gente vive, seja por nela ter nascido ou por tê-la escolhido para
viver, tem que ser tratada como um namorado trata a namorada: com carinho, amor
e respeito. Entretanto, nós, que tantas vezes reclamamos do poder público (e tantas
vezes com razão), também nos esquecemos de fazer a nossa parte. Fazemos juras
de amor por nossa cidade, mas jogamos lixo nela. Ora, quem ama, cuida. Jamais
jogaríamos lixo na nossa namorada. Na página 4 da edição anterior de O Cidadão,
uma matéria, intitulada “Comunidade se mobiliza para resolver problema do
lixo”, me chamou a atenção. Lá, a líder comunitária Fátima Solange Oliveira
Góes, a Sol, que há muito tempo vem lutando para manter sua comunidade limpa, reclama
não apenas do poder público, mas da população em geral, que insiste em sujar a
cidade. Sol não desiste em sua luta. Sol é uma iluminada! Um exemplo a ser
seguido!